O Apartamento 202 nasceu para traduzir a vida e a rotina de sua moradora, uma fotógrafa que desejava um espaço prático, mas também íntimo e carregado de significado. A casa foi pensada como cenário para o seu dia a dia e para o seu trabalho, sem separar uma coisa da outra, mas deixando que ambas se misturem de forma natural.

O preto foi escolhido como base. Ele costura os ambientes e dá consistência ao espaço, criando um pano de fundo que é discreto, mas ao mesmo tempo forte e presente. Sobre essa base entram materiais de caráter marcante, como o aço, a madeira e as superfícies texturadas. Juntos, eles equilibram firmeza e aconchego, trazendo ao mesmo tempo resistência, calor e uma dimensão tátil que convida ao uso cotidiano.

As cores neutras foram definidas para abrir espaço às obras de arte e aos objetos reunidos pela moradora em suas viagens. São peças que carregam histórias pessoais e que, espalhadas pelos ambientes, acrescentam camadas de cor, textura e memória. Nada está ali por acaso: cada objeto foi colocado de maneira a dialogar com o espaço e com os outros elementos, construindo uma narrativa visual que é única.

A iluminação também foi pensada como parte essencial dessa narrativa. Em alguns momentos, é intensa e direta, apoiando o trabalho fotográfico. Em outros, suaviza-se, criando atmosferas mais tranquilas, próprias para o descanso. O mobiliário acompanha essa lógica. A disposição clara dos ambientes permite alternar entre momentos de concentração, convivência e pausa, sempre com a sensação de continuidade e fluidez.